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Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Região

Vargem Bonita é alvo de operação da Polícia Civil contra facção envolvida em homicídios e lavagem de dinheiro no RS e em SC

Criminosos teriam determinado execuções de dentro da cadeia e gravaram os preparativos e a concretização das mortes.

Luan

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Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

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A Polícia Civil cumpre, na manhã desta quinta-feira (16), 209 ordens judiciais, das quais 68 de prisão preventiva, contra uma facção criminosa suspeita de ter cometido uma série de homicídios e lavado dinheiro do tráfico de drogas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. As buscas são realizadas pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) em 19 cidades gaúchas e catarinense, em cooperação com policiais civis dos dois Estados e também da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça.

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Dentre os alvos da operação figura um dos líderes da maior facção criminosa gaúcha, originária do Vale do Sinos, mas presente em todo o Estado. A Polícia Civil não cita nomes, mas a reportagem descobriu que se trata de Juliano Biron, preso no mês passado na Bolívia. Ele estava foragido desde 2024, mas continuava a coordenar ações, sobretudo lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. Recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), esse chefe do tráfico recebeu agora o quinto mandado de prisão preventiva contra ele desde que foi recapturado.

A lavagem de dinheiro ocorreria no Litoral Norte, sobretudo em Torres (por isso, o nome da operação Turrim Lavare). E, também, no litoral sul catarinense. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 120 milhões de suspeitos de integrar esse braço da facção, sequestro de seis imóveis e indisponibilidade para 24 veículos.

Em um ano de investigação, os delegados Adriano Nonnenmacher e Rafael Liedtke, da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Denarc, constataram que a facção fazia dissimulações estruturadas para disfarçar lucros. Entre as táticas usadas estão pulverizações e fracionamentos de dinheiro aplicado no mercado financeiro, triangulações, além de uso de contas de idosos, de contas de passagem (depósitos e saques rápidos) e investimentos em casas lotéricas.

Os mandados obtidos pelo Denarc são cumpridos nas cidades gaúchas de Novo Hamburgo, Campo Bom, Três Coroas, Lajeado, Gravataí, Alvorada, Capão Novo, Tramandaí, Novos Cabrais, Porto Alegre (bairro Lomba do Pinheiro), Torres, Esteio, Canoas, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Portão e Montenegro. Em Santa Catarina as diligências ocorrem em Florianópolis e na cidade de Vargem Bonita, no oeste catarinense.

Conforme o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc, esta segunda fase da operação é importante na medida em que atinge a alta cúpula do narcotráfico gaúcho. O delegado Carlos Wendt, diretor-geral do Denarc, destaca que foram confiscados bens e dinheiro desse braço da facção, nos últimos dois anos, no valor de R$ 130 milhões. Nas buscas desta quinta-feira foram apreendidos cadernos com detalhadas anotações de movimentação da venda de drogas.

Execução de rivais

Uma das facetas descobertas na investigação é o recrutamento, por parte da facção, de homicidas para assassinarem rivais. Já na primeira fase da operação, em 2023, foram apreendidas 20 armas com um armeiro em Praia Grande (SC) e outras 20 com um advogado em Torres.

Foram presos também dois irmãos, comerciantes, que teriam ordenado seis homicídios naquela região. Os matadores utilizavam uniformes da Polícia Civil e os alvos, bandidos não vinculados à facção. Os quadrilheiros teriam inclusive ameaçado de morte um delegado de Santa Catarina.

Fonte: GZH


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